PELAGEM EQUINA E SUA GENÉTICA

22/03/2011 12:20

 

Há alguns dias atrás divulgamos em nosso site uma curiosidade, que todo cavalo tordilho deve ter pelo menos um de seus genitores com essa mesma pelagem. Fiquei curioso e procurei me aprofundar um pouco mais nesse assunto, pesquisei em alguns sites e resolvi escrever esse. 

 

Vamos falar apenas das principais pelagens dos eqüinos, como: castanha, preta, branca, rosilha, tordilha, alazã, baia, albina e palomina.

 

Começando pela pelagem castanha que é umas das mais comuns nos eqüinos, e é representada pelo alelo A+, que foi herdado dos eqüinos primitivos, porém caracteriza-se por um alelo de dominância relativa, pois apesar de inibirem a pelagem preta, quando cruzado entre si não garantem que seu filho será de pelagem castanha, podendo apresentar diferentes tipos de pelagem. Porém quando o eqüino castanho é cruzado com pelagens compostas (rosilho, tordilho, baio e palomino) ou conjugadas (pampa ou apallosa), a pelagem castanha é inibida.

 

Quando falamos da pelagem preta, que é uma pelagem um pouco rara, apesar de não se apresentar de forma recessiva, sua dominância é encoberta pela maioria das pelagens, com exceção da alazã e de pelagens diluídas como: amarilha e pelo de rato. Por essa razão é justificada a raridade dessa pelagem, e com isso a procura e preços desses produtos são aumentados. 

 

A pelagem branca é dominante sobre todas as demais, isso quer dizer que o indivíduo com gene da pelagem branca, que é Ww e ww, inibirá a exteriorização de qualquer outro genótipo básico, porém somente os indivíduos com alelos heterozigotos (Ww) nasceram vivos, os indivíduos homozigotos (ww) morrem ainda em estágio fetal, desta forma a probabilidade de mortalidade de potros filho de pais da pelagem branca é de 25%, para evitar essa perda, os criadores evitam esse cruzamento, por essa razão justifica-se a raridade desses exemplares.

 

A pelagem tordilha, assim como a branca, é dominante sobre as demais, sendo que indivíduos homozigotos (GG) produzem somente filhos com pelagem tordilha, já os heterozigotos (Gg) produzem 75% de seus filhos tordilhos e 25% de outras pelagens. Para reforçar a estatísca, pesquisei sobre os filhos de conhecidos garanhões de pelagem tordilha, que é o Silver Wild (Roxão) e o Fisher Dash. O garanhão Silver Wild produziu até jan/2011 148 filhos, destes 85 apresentaram pelagem tordilha, que corresponde a 60%, enquanto que o Garanhão Fisher Dash produziu 162, sendo 98 de pelagem tordilha, correspondendo também a 60%, esse percentual não bate com os 75% relatados anteriormente, porque os dois garanhões não cruzaram apenas com éguas de pelagem tordilhas, mas mostra a dominancia desta pelagem sobre as demais.

 

A pelagem rosilha possui alelo dominante para todas as demais pelagens, com exceção da pelagem branca e tordilha, e da mesma forma da pelagem branca, em homozigoze (HH) é letal para o embrião.

 

Já a pelagem alazã é recessiva (ee), por essa razão o cruzamento entre dois cavalos alazã obrigatoriamente terão produtos com pelagem alazã, exceto se ocorrer alguma mutação genética. Quando cruzamos um animal de pelagem alazã com um albino, teremos descendentes de pelagem palomina. No cruzamento de dois animais de pelagem palomina teremos a probabilidade de 25% de seus descendentes serem de pelagem alazã, 25% de pelagem albina e 50% de pelagem palomina.

 

A pelagem baia sofre um efeito diluidor, podendo ser originado de cavalos com pelagem castanha, baio escuro, da pelagem preta, pelo de rato ou lobuno, e do alazã para o baio amarilho.

  

 

  

 RESUMO:

Pelagens que sempre são reproduzidas quando acasaladas entre si:
ALAZÃ / AMARILHA / ALBINA / CHITA / ROSADA

Pelagens que nunca são totalmente reproduzidas quando acasaladas entre si:
PALOMINA / ROSILHA / BRANCA

Pelagens que são sempre reproduzidas quando em estado homozigoto:
CASTANHA / PRETA / TORDILHA / PAMPA / BAIA

 

Régis Tavares é Administrador de Empresas, Amante da Vaquejada, e estudioso da raça Quarto de milha.


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