Resumo das Principais Doenças dos Eqüinos (PARTE 1)

21/03/2011 16:48

Caros leitores, muito se fala em doenças dos eqüinos, sintomas, diversos tratamentos com “N” coisas, vários remédios, venenos, e simpatias, mas pouco se pesquisa pra saber o que realmente é e o que fazer com o animal doente.

 

 

A internet hoje é uma fonte poderosa de informações e pode nos dar muitas dicas sobre a saúde do cavalo. O fato é que o profissional mais habilitado para diagnosticar e medicar o cavalo é o veterinário, pois somente ele tem embasamento técnico e principalmente científico para lidar com o animal. O que podemos fazer de antemão é buscar o máximo de informações, tentar observar os sintomas do animal e fazer o que estiver ao nosso alcance. Nunca tentar medicar o animal sem orientação veterinária ou conhecimento, comportamento que pode prejudicar ainda mais seu cavalo.

O objetivo desse breve artigo é tentar resumir e informar com uma linguagem clara as principais doenças que afetam os eqüinos. Com um breve descritivo, sintomas e tratamento aconselhado.

Dividiremos o artigo em 4 partes sempre falando de maneira simples e resumida para um melhor aproveitamento.

A partir daí cabe a você buscar o veterinário de sua confiança para tratar seu cavalo. Um forte abraço e boa leitura!

 

1-Anemia Infecciosa Eqüina – AIE

DESCRITIVO E TRANSMISSÃO 

Uma das piores doenças que acomete os eqüinos. A AIDS dos cavalos é infecciosa e provocada por vírus, não tem cura. Transmitida pelo sangue do animal infectado através do contato direto, agulhas, arreios, leite, insetos hematófagos, placenta.

SINTOMAS

Geralmente não existem sintomas específicos, a doença enfraquece progressivamente o animal, diminui sua capacidade de trabalho e possibilita o aparecimento de outras doenças, o que pode levá-lo à morte. Pode ocorrer: - Febre, anemia, inchaço na região do abdômen, perda de apetite, cansaço, pontos vermelhos em baixo da língua.

Não existe tratamento

OBSERVAÇÕES

-Doença de notificação obrigatória ao serviço de defesa sanitária animal;

-Animais transportados devem obrigatoriamente portar o exame de anemia (negativo);

- O animal pode estar infectado e não apresentar sintomas, sendo apenas um reservatório disseminador;

- O animal contaminado deverá ser sacrificado.

 

2-MORMO

DESCRITIVO E TRANSMISSÃO

Também muito temida, causado por uma bactéria que atinge os cavalos e, de forma mais grave jumentos e burros, podendo atingir inclusive o homem. Não existe cura e trata-se de uma doença de interesse de Saúde Pública. A transmissão se dá por meio do contato dos animais com as secreções e excreções de doentes, que contaminam o ambiente e, principalmente, comedouros e bebedouros.

SINTOMAS

Febre alta, tosse e catarro com feridas nas narinas, podendo ocorrer feridas e nódulos nos membros e abdome.

Pode causar também pneumonia crônica acompanhada de úlceras na pele dos membros e na mucosa nasal.

Não existe tratamento

OBSERVAÇÕES

-Doença de notificação obrigatória ao serviço de defesa sanitária animal;

-Animais tranportados devem obrigatoriamente portar o exame de mormo (negativo);

- O animal contaminado deverá ser sacrificado.

 

3-ESPONJA / ABRONEMOSE

DESCRITIVO E TRANSMISSÃO

No meu ponto de vista, essa doença é uma das piores para os cavalos, não por sua gravidade mas sim por existirem inúmeros curiosos que acham que sabe curá-la. Os remédios vão do cabelo de formiga até o chá de peteca com veneno de rato ... e o pobre do cavalo é quem sofre.

Deixando de brincadeira, existem vários tipos: gastrica (estômago), cutânea (pele), conjuntival (olhos) e pulmonar. Falaremos basicamente da cutânea por apresentar maior índice na nossa região. A esponja de pele é causada por larvas das moscas domésticas e/ou moscas de estábulo. O contágio se dá pela deposição dos ovos da mosca em uma ferida do animal ou apenas pela picada da mosca.

SINTOMAS

Feridas geralmente em região onde o cavalo não consegue remover as moscas. A ferida começa como pequenas pápulas (parecido com uma esponja) e se desenvolve rapidamente podendo atingir 30cm de diâmetro em pouco tempo. Devido a vibração da larva há muita coçeira o que pode levar o cavalo a se machucar sozinho. 

TRATAMENTO

O tratamento pode ser por cirurgia ou medicamentos. O ideal é procurar um veterinário para que seja indicado um tratamento tópico e sistêmico, sempre. É muito difícil curar a esponja somente com remédios aplicados na ferida ou somente remédios injetados, o ideal é o tratamento completo e com duração acima de 15 dias, buscando combater por completo a doença. Medicamentos como triclofon (neguvon), ivermectina, corticoides, etc. são indicados.

OBSERVAÇÕES

- Doença de rápido desenvolvimento;

- Como prevenção principal deve-se cobrir as feridas do cavalo e combater as moscas das baias;

- A esponja tem cura sim! É difícil e demorado mas com um tratamento certo, dedicação e cuidado o animal será curado.

 

Em breve falaremos sobre a cólica, garrotilho, tétano e outras.

 

Thiago Albuquerque é empresário, contador, vaqueiro nas horas vagas e admirador de cavalos


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